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Consulta relâmpago e médicos sem cumprir a carga horária

Conselho Municipal de Saúde elaborou relatório denunciando a realidade do atendimento nos Cais
Médicos contratados para atender a população nos Cais da cidade não estão cumprindo a carga horária. Essa é a afirmação de Leonilde Zamuner, presidente do Conselho Municipal da Saúde. O órgão se reúne uma vez por mês para discutir os temas relacionados à área da saúde em Passo Fundo. No encontro realizado no mês de setembro foi apresentado um levantamento comprovando que os profissionais médicos, em grande maioria, não ficam no Cais atendendo os pacientes pelo tempo que foram contratados pela Prefeitura.
O relatório foi feito pela comissão de fiscalização do Conselho que compareceu nas unidades e ficou diante da porta do consultório anotando, entre outros dados, hora de chegada do médico, tempo de consulta dos pacientes, número de pacientes atendidos e hora de saída do médico. “Foi comprovado. Eles trabalham uma ou duas horas durante o turno da manhã e estão recebendo por quatro horas. Nessas duas horas que sobram, vão para o consultório particular ou para os hospitais, enquanto deveriam estar atendendo no Cais. Recebem duas vezes e não cumpre a carga horária assinada no contrato com a prefeitura. Isso é muito grave”, denuncia Leonilde. A presidente do Conselho admitiu que esse não é um problema que iniciou na atual gestão e mas vem de governos anteriores. “Não podemos ficar de braços cruzados, temos que cobrar uma solução”, enfatizou.
Segundo o documento, tem médico que atendeu 16 pacientes em pouco mais de uma hora e foi embora do Cais. “Não examina, não pergunta o histórico e já vai receitando uma medicação”, disse a presidente. Um dos casos citados ocorreu no Cais São Cristóvão, aonde o médico chegou às 7h30 da manhã e foi embora às 9h30. Pelo gráfico da carga horária ele deveria entrar às 8h e sair ao meio-dia. A comprovação das horas trabalhadas é outro ponto questionado pelo Conselho. “Ter médicos que não cumprem o horário e não ter, qual é a diferença?”, questionou. “O nosso objetivo é fazer com que cumpram o horário ou que deixem o lugar para outro”, disse Leonilde.
O relatório elaborado pelo Conselho de Saúde foi entregue a Secretaria Municipal de Saúde solicitando que providências sejam tomadas para solucionar esse grave problema. “Foi estabelecido um prazo até a reunião de outubro para que o município se manifeste e comece a resolver a questão. Se não ocorrer, vamos encaminhar esse relatório para órgãos de fiscalização como o Ministério Público”, finalizou.
Os médicos que atualmente prestam serviço na rede municipal foram contratados em 2013 e tem como salário valores que variam entre R$ 2.390,00 a R$ 9.562,00 dependendo da carga horária trabalhada, sendo o mínimo de 10h/semanais e o máximo 40 h/semanais.
Fonte: Uirapuru

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