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Abong-Sul discute estratégias de resistência em conjuntura de ataque a direitos

Formação política e incorporação da diversidade foram apontados como fundamentais para reavivar o projeto popular. Maro regulatório das OSCs também foi debatido no encontro
A Abong-Sul realizou neste final de agosto o VI Encontro Sulbrasileiro de Organizações e Movimentos Sociais com o lema “Organizar a Resistência e a Defesa de Direitos”. O objetivo foi discutir temas como a resistência democrática contra o golpe midiático-jurídico-parlamentar em curso, refletir sobre os legados das conquistas dos movimentos sociais e populares destes últimos anos, apontar para a necessidade de uma reflexão autocrítica sobre as práticas tanto dos governos, quanto dos partidos populares e movimentos sociais e analisar o novo quadro de sustentabilidade das organizações e projetos sociais frente à Lei do Marco Regulatório de acesso a recursos públicos, Lei 13019/2014, e a nova postura da Cooperação Internacional.
Este VI Encontro foi realizado na casa da ASSESOAR em Francisco Beltrão e contou com a participação de mais de 83 representantes de 40 organizações e movimentos sociais do sul do Brasil. Embalados por uma metodologia participativa, com dinâmicas e místicas que embalaram os vários momentos, foi possível um debate aprofundado entre as organizações e movimentos presentes, a troca de experiências, a celebração de vitórias e conquistas e o revigoramento para as lutas que virão.
Nos temas da conjuntura, todas as falas foram no sentido de que há o encerramento de um ciclo de conquistas e o período que se inicia será de disputas diretas onde não haverá espaço para dúvidas sobre de que lado se deve estar na luta social. Por isso, temas como a necessidade da formação política de novas lideranças; a importância da retomada do chamado “trabalho formiguinha” na base de nossas comunidades urbanas e rurais; a importância da incorporação das novas linguagens e saberes dos povos tradicionais ciganos, indígenas, de matriz africana e comunidades tradicionais, da juventude negra das periferias; das novas tecnologias como a democracia digital; do empoderamento das mulheres com seu protagonismo e força; e das pessoas portadoras de deficiência foram enfatizadas para que seja fortalecido o projeto popular.
No tema da sustentabilidade, a grande maioria das lideranças presentes tinham mais dúvidas do que certezas quanto ao novo ordenamento jurídico de acesso a recursos públicos. Depois de uma apresentação sobre a posição da Abong sobre a nova lei, suas qualidades e riscos, a grande maioria diz-se mais esclarecida sobre o tema e motivada a levar a discussão para seus municípios e organizações.
Já sobre a relação com a Cooperação Internacional, a participação da experiência da Plataforma de Articulação e Diálogo – PAD foi essencial para despertar nas organizações da região sul a necessidade de retomada do diálogo político com as agências de financiamento e cooperação a respeito da necessidade de novas parcerias.
Ao final dos dois dias de encontro foi redigida uma Carta que denuncia o golpe midiático-jurídico-parlamentar contra a democracia brasileira indicando que este golpe não é contra a Presidente Dilma, o ex-presidente Lula ou o PT. É sim um golpe contra as conquistas sociais das classes populares e, por isso, a palavra de ordem será resistência, unidade popular e luta.
Estiveram presentes as seguintes Organizações e Movimentos Sociais:
Abong, ASPTA, ASSESOAR, CAMP, CAPA Erexim, CEAP, CEBI, CEFURIA, CETAP, FLD, IDhES, PRECAVVIDA, RURECO, Instituto Parrhesia, Ong Suve, Soy Loco Por Ti – Democracia Digital, ABAI, CAPA Pelotas – RS, CAPA Verê – PR, CEAAL Brasil, CEBI Canoas/RS, COOCAMP, CRIAS BGV Cooperativa – Pelotas/RS, ECOPAN/Cresol, FETRAF – PR, FONSANPOTMA – Fundos Solidários de Matriz Africana, Frente Permanente do HipHop – RS, Grupo Formação, INFOCOS, MAB – Movimento dos Atingidos pelas Barragens, MTD – Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos, MN – Movimento Negro, MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, PAD – Plataforma de Articulação e Diálogo, Sindicato dos Artesões do Rio Grande do Sul, Sindicato dos Trabalhadores Rurais – Francisco Beltrão/PR, Terra de Direitos – PR, UBM – União Brasileira de Mulheres – RS, UNICAFES-PR, UNIOESTE, UTF-PR – Pato Branco.
Fonte: www.abong.org.br

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